7.9.13

homem em si mesmo















Her [Spike Jonze/2013] não é um filme que coloca o futuro dos Homens em laboratórios virtuais. O que ali a dimensão virtual traz de novo não é a experiência protésica que desmaterializa o Homem e o mundo reais, mas sim a nova experiência maquínica que, enxertada na pele humana, vem, pelo contrário, intensificar muito mais a dimensão da experiência sensível do humano e do mundo reais. A experiência da realidade sensível ganha, pois, alargamento no laboratório virtual, no entanto, o Homem de Her não é o Homem da nova sensibilidade artificial, mas o Homem que, agora a partir de novos corpos de mediação simulacral, não escapa jamais ao retorno ao tempo e ao espaço da sensibilidade antiga. Neste filme belíssimo e esmagador, nunca o Homem poderia ter sido mais colocado em si mesmo.